O Coletivo Cronópio fará, durante todo o mês de julho, uma ocupação no Centro Cultural São Paulo. Além da peça (instruções para compor uma peça) - Se for viver, leia antes., teremos bate papo e oficinas gratuitas. A programação completa está no site do CCSP: http://www.centrocultural.sp.gov.br/programacao_teatro_1.html

As oficinas serão nos dias 7 e 21 de julho das 17h às 20h e para se inscrever basta enviar e-mail com currículo resumido para nosso e-mail (coletivocronopio@gmail.com) até do dia 6/7.

O olhar de Guilherme Conte

Na temporada do instruções no CCSP, tivemos a presença do crítico Guilherme Conte do jornal O Estado de São Paulo e, após alguns dias, recebemos esse e-mai, no qual ele expõe a sua visão sobre a peça. Queríamos compartilhar esse texto em nosso blog não só pela satisfação que esse olhar nos proporcionou, mas também pela possibilidade de diálogo que surge nessas ocasiões. Segue abaixo:

"Espero que você perdoe o atraso de uma semana neste e-mail. No domingo em que vi o espetáculo, tive que sair rapidamente rumo a um jantar. Depois, corri para poder viajar, depois fui de fato viajar, e só sosseguei ontem. Aí já viu... O lado bom é que acabei levando o Cronópios comigo, então tudo fica mais vivo para poder falar da peça.

Faço questão de, antes de mais nada, dar os parabéns a vocês. Gostei muito de (instruções). Acho que vocês fizeram um bom trabalho, do qual têm de se orgulhar. Vocês conseguiram construir algo interessante em um terreno difícil; já vi algumas tantas tentativas de se levar o Cortázar ao palco, e a grande maioria sem sucesso. Vocês não só têm um belo espetáculo teatral como ele é posicionado e reivindica o olhar do coletivo; vocês estão ali, e refletem sobre a vida e a morte. É muito bonito como vocês colocaram isso, um patético delicado, naquela cena do jantar.

Tenho uma hipótese de porque o (instruções) realmente toca. Acho que é porque vocês não tentaram transpôr o Cortázar, nem adaptá-lo, nem transformá-lo em narrativa. A perspectiva épica foi uma ponte para que vocês traduzissem o imaginário do livro, a sensação tão íntima que a escrita do Cortázar nos dá. Um amigo definiu certa vez o efeito da leitura de O Deserto dos Tártaros, do Dino Buzzatti, como "o zero kelvin que se abate sobre o nosso coração". O Cortázar, neste livro, pra mim, é o contrário; são fogos de artifício, uma praia ensolarada no coração...

É por isso que o espetáculo me pegou. Me chamou a atenção a precisão gestual de vocês; até nisso acho que vocês dialogam com a maneira que o Cortazar construiu as Histórias. É um humor detalhista, que cria essa atmosfera insólita, com uma comicidade muito própria (e também de um universalismo), e que diz tanto sobre o humano. É a literatura como "assombro". O espetáculo de vocês não busca reproduzir este assombro, mas sim é fruto dele, e é justamente por isso que ele consegue dialogar com o universo do livro.

Meus parabéns, de verdade. E vocês já têm algum plano para outra temporada em vista?

Um beijo, obrigado pela atenção,

Guilherme"  

Temporada no CCSP

Guia prático das coisas simples da vida
- se for viver leia antes -

“No palco estavam pequenas iluminações do cotidiano, em uma chave de humor que observa o ridículo e o levemente patético da vida”. 
(crítica de Jefferson Del Rios no jornal O Estado de São Paulo de 28/12/2010)

O Coletivo Cronópio reestréia peça inspirada em Cortázar que trata o cotidiano com humor e sensibilidade. Como levantar da cama em dias nublados? Como tomar café com leite? Como despedir-se? Como chorar? Para quem acha que viver é muito complicado, o Coletivo Cronópio preparou um bem-humorado e poético manual de instruções. A montagem leva o nome de (instruções para compor uma peça) - Se for viver, leia antes.

A dramaturgia foi construída em processo a partir do livro Histórias de Cronópios e de Famas do escritor argentino Julio Cortázar e conta a história de três personagens que, cansados de enfrentar o dia-a-dia, decidem elaborar um (impossível) manual de instruções para a vida. Assim, a partir das pesquisas feitas por eles com “seres humanos médios ou comuns”, dividem a vida em três grandes partes, a relação do indivíduo consigo, a relação com o mundo e a relação com a morte. Tudo caminha bem, até que eles se deparam com a impossibilidade de criar uma instrução para morrer.

Serviço

Espetáculo: (instruções para compor uma peça) – Se for viver, leia antes.

Companhia: Coletivo Cronópio

Local: Centro Cultural São Paulo

Endereço: R. Vergueiro, 1000 – Paraíso, próximo à Estação Vergueiro do metrô

Período: 02/06/2011 a 19/06/2011

Apresentações: quinta a sábado às 21h

                        Domingo às 20h

Ingressos: R$20,00 a inteira e R$10,00 a meia.

(Compra de ingressos pelo site www.ingressorapido.com.br, pelo telefone 4003-2050 ou nas bilheterias do CCSP de terça a domingo das 10h às 22h)http://www.youtube.com/watch?v=4IBOeJFBLVc

fotos de Mariana Bêda

INSTRUÇÕES PARA CHORAR

GENTE QUE TRANSA

Espaço Zé Presidente
Cardeal Arcoverde, 1545 - Pinheiros São Paulo

A partir do texto Histórias de Cronópios e de Famas de Júlio Cortázar o Coletivo Cronópio desenvolveu o espetáculo (instruções para compor uma peça) – Se for viver, leia antes. O grupo sempre trabalhou com o conceito de hibridismo nas artes, contemplando em seus trabalhos, a performance, as artes plásticas entre outras manifestações.
Dessa vontade de expressão através de mídias diversas surgiu a performance Instruções para Chorar ilustrando com humor e sensibilidade a plasticidade desse ato poético.
Direção: Alice Nogueira
Performers: Alice Nogueira
Lucas Bêda
Marcela Bannitz
Verônica Gentilin
Mais informações: www.coletivocronopio.com.br
Veja também: http://www.youtube.com/watch?v=C4syzBKrdnw